Tem gente que confunde orientação sexual com caráter. Acredito que esse seja o caso do Deputado Jair Bolsonaro. Pelo menos é o que me vem em mente ao ler a mensagem: "Queimar rosca todo dia." que ele apresentou na primeira reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara sob o comando do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
Creio eu, que na cabeça dele, essa mensagem deve justificar e ser argumento máximo para exprimir a ideia de que homossexual ou quem ao menos respeite quem escolheu essa orientação, não tem qualquer direito de expressão ou opinião, como as pessoas que protestavam contra à posse do Pastor Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos.
Mas, faz-se necessário lembrar aos desavisados e ao próprio Bolsonaro que a Constituição não serve de enfeite e não é tapete para ser pisada como o Senhor tem feito por meio de atitudes como esta e, como reza o artigo 5º da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, e conforme alguns termos do próprio artigo, ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, tão pouco ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Logo, independente de opção sexual, todos os cidadãos deste país, Senhor Deputado Jair Messias Bolsonaro, tem o direito à liberdade de expressão e não podem, em hipótese alguma, principalmente pelos representantes que elegemos para se fazer cumprir a lei, serem tratados de forma tão degradante através de um cartaz de linguagem chula, de caráter agressivo, símbolo de uma pessoa que não sabe defender suas ideias com argumentos e sim com a agressão verbal, não sendo, portanto, uma pessoa digna do cargo de responsabilidade que ocupa.
Portanto,Senhor Deputado, cumpra a lei! Respeite as diferenças, a liberdade de expressão e, principalmente, a Constituição do povo que te elegeu, caso não queira se enquadrar em uma das penalidades estabelecidas pela Constituição para os casos de discriminação em que diz:
"XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;"
E por fim fica uma frase como conselho, erroneamente atribuída à Voltaire, originalmente de Evelyn Beatrice Hall, que a utilizou em correspondência com o mesmo que diz:
"Eu desaprovo o que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo."
